A Great Wall Motor (GWM) inaugurou sua primeira fábrica nas Américas, localizada em Iracemápolis, interior de São Paulo. A unidade é a terceira fora da China com produção completa, ao lado das plantas na Rússia e na Tailândia. O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e de ministros do governo federal, além de executivos da empresa vindos da China.
Primeiros veículos produzidos
A fábrica iniciou a produção com três modelos confirmados: o SUV híbrido Haval H6, a picape média Poer P30 e o SUV de sete lugares Haval H9, esses últimos com motorização turbodiesel. O primeiro veículo produzido foi um Haval H6 GT branco, finalizado pelo presidente Lula, que colou o adesivo de “fabricado no Brasil” na linha de montagem.
Com área total de 1,2 milhão de m² e 94 mil m² de área construída, a unidade tem capacidade para fabricar 50 mil veículos por ano. A estrutura inclui soldagem, pintura robotizada, montagem final e cadeia logística integrada.
Atualmente, 600 trabalhadores estão empregados na planta. Até o fim de 2025, o número deve superar mil empregos diretos, com perspectiva futura de mais de 2 mil postos, quando as exportações para a América Latina forem iniciadas.
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Primeiro Centro de P&D da América do Sul
Durante a cerimônia, a GWM anunciou a instalação do primeiro Centro de Pesquisa & Desenvolvimento da empresa na América Latina, também em Iracemápolis. O espaço terá 15 mil m² de área, sendo 4 mil m² construídos, e reunirá mais de 60 engenheiros e técnicos especializados.
O centro terá laboratórios voltados para combustíveis de nova geração, sistemas híbridos, elétricos e inteligência artificial, com foco na adaptação de veículos às condições brasileiras e no desenvolvimento de soluções para eficiência energética e descarbonização. A empresa também estabeleceu parcerias com universidades e institutos de pesquisa para formação de profissionais e avanços tecnológicos.
Investimento e fornecedores locais
O investimento previsto pela montadora no Brasil é de R$ 10 bilhões em dez anos. A primeira fase, até 2026, envolve R$ 4 bilhões, destinados ao lançamento da marca no país e reativação da fábrica. A segunda etapa, de 2027 a 2032, prevê mais R$ 6 bilhões para expansão, nacionalização de peças e novos produtos.
O processo produtivo será baseado no sistema peça por peça (part by part), mais complexo que os modelos tradicionais CKD e SKD, permitindo maior conteúdo nacional desde o início. Atualmente, 18 fornecedores brasileiros já participam da produção, entre eles Basf, Bosch, Continental, Dupont e Goodyear. No total, mais de 110 empresas estão cadastradas como potenciais parceiras.
A GWM também se inscreveu no programa MOVER, iniciativa federal de incentivo ao setor automotivo, que concede benefícios fiscais para montadoras que investem em produção nacional e pesquisa.
Tecnologias apresentadas
Na inauguração, a montadora exibiu veículos e projetos de energia alternativa, como o primeiro caminhão movido a hidrogênio da GWM, a maquete de um barco com célula a combustível — previsto para a COP30 em Belém (PA) — e a motocicleta de oito cilindros SOUO S2000 GL, que teve sua estreia no Brasil.
Esses produtos foram apresentados pela subsidiária GWM Hydrogen powered by FTXT, responsável pelo desenvolvimento de tecnologias de hidrogênio e células a combustível.
Certificação inédita
Antes mesmo de iniciar a produção, a fábrica de Iracemápolis recebeu a certificação ISO 9001:2015, sem apontamentos de não-conformidade. É a primeira vez que uma montadora no Brasil obtém esse reconhecimento antecipadamente.
Com a inauguração, a GWM estabelece sua base produtiva no Hemisfério Sul e reforça sua estratégia de expansão na América Latina, combinando investimento industrial, geração de empregos e pesquisa tecnológica.