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Assistência para o transportador

O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), Manoel Sousa Lima Jr. fala sobre o setor de transporte urbano e o que disponibiliza para o profissional

Texto: Carolina Vilanova | Fotos: Divulgação

Revista Frete Urbano: O Setcesp foi fundado para apoiar os transportadores de São Paulo, como é formada a entidade e qual o seu papel na vida do transportador?

Manoel: Souza Lima Jr.: A entidade foi fundada em 1936 para ajudar a encontrar melhores condições de transporte entre São Paulo e a cidade de Santos. Hoje, o SETCESP é uma entidade forte, que luta pelos interesses comuns das empresas de transporte rodoviário de cargas em diversas frentes. A entidade é formada por uma diretoria estatutária, com 20 diretores, e trabalha em regime presidencialista.

RFU: Que tipo de serviços o sindicato oferece ao associado? Como se tornar um associado?

Manoel: O SETCESP tem grande tradição em oferecer serviços para seus associados, dando respaldo em seu dia a dia e apoiando em questões cruciais. O Sindicato oferece treinamento, com uma grade completa de cursos administrativos e operacionais, assessoria Jurídica, assessoria Econômica, Registro Nacional de Transportador Rodoviário de Cargas, cooperativa de crédito, consórcio para renovação de frotas, palestras e diversos conteúdos exclusivos para os associados. Para se tornar associado do SETCESP, basta entrar em contato com a entidade por telefone11 – 2632-1000 ou por email: comercial1@setcesp.org.br e preencher a ficha de Filiação.

RFU: Qual a tamanho do setor de transporte de cargas hoje no estado de São Paulo? O senhor tem ideia da quantidade de veículos que fazem somente fretes urbanos?

Manoel: Infelizmente não temos este número. Na Região Metropolitana de São Paulo, são mais de 14 mil empresas transportadoras.

RFU: O Setcesp participa de ações ou campanhas para prevenir o roubo de cargas? Essa situação é prejudicial para o transporte urbano assim como é para o de rodoviário?

Manoel: O roubo de cargas é a grande chaga do transporte brasileiro. O combate ao roubo de cargas foi eleito pelos associados do SETCESP como a prioridade número 1 do trabalho da entidade. Combatemos este crime há quase 20 anos em nosso setor. O roubo de cargas é extremamente prejudicial para o transporte. Somente em 2013, este crime gerou prejuízos de R$ 1 bilhão. E a cada mês vemos os números aumentando. O SETCESP teve a felicidade de propor diversas ações de combate ao roubo de cargas que estão sendo ouvidas pelas autoridades governamentais. Um exemplo é a Lei da Receptação, que pune empresas com a cassação da Inscrição Estadual, caso haja algum item roubado em seu estoque. Estamos caminhando para o fortalecimento do combate ao roubo de cargas em São Paulo e as polícias têm melhorado muito a resposta. O SETCESP inaugurou, no final do ano passado, um Posto Especializado no Atendimento às Vítimas de Roubo de Cargas no 90º DP, no Parque Novo Mundo, zona norte da Capital. Com este posto, temos uma resposta mais humana às vítimas e mais eficaz no enfrentamento ao crime organizado contra as cargas.

RFU: A entidade está ligada a outros órgãos de logística e de transportes?

Manoel: Sim. O SETCESP é um Sindicato associado à FETCESP, Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de São Paulo e à CNT, Confederação Nacional do Transporte. Trabalhamos em parceria com diversas outras entidades, com a NTC&Logística, por exemplo, e os demais Sindicatos e associações.

RFU: Quais as iniciativas da entidade para os transportadores em relação à preservação do meio ambiente, sabemos que trabalham forte essa questão?

Manoel: O SETCESP se preocupa com o seu papel na manutenção da sustentabilidade ambiental e na busca pela preservação do meio ambiente e dos recursos naturais. Empregamos coleta seletiva, luzes econômicas e diversas outras medidas dentro de nossa sede. Mantemos uma Diretoria Adjunta de Meio Ambiente e Transportes, que realiza estudos sobre o impacto do transporte no meio ambiente. Temos o Prêmio SETCESP de Sustentabilidade, para agraciar e notabilizar as ações das transportadoras nesse sentido. Apoiamos e damos suporte em nossa base ao Projeto Despoluir, da CNT, que realiza a medição das emissões de gases pelos caminhões das empresas. Nossa papelaria e nossa revista são impressos em papel de fontes mistas e renováveis.

RFU: O sindicato incentiva e participa de campanhas como o Programa Renova SP, que ajuda o transportador na compra de um caminhão novo?

Manoel: Certamente! A renovação de frota é uma das bandeiras mais caras e importantes de nossa entidade. Defendemos que haja um programa nacional de incentivo à renovação de frota. Sabemos que a idade média da frota de caminhões circulando no Brasil passa dos 20 anos e existem inúmeras dificuldades para as empresas e os caminhoneiros autônomos terem acesso à renovação de frota. Os VUCS são os caminhões atores principais da distribuição urbana em qualquer cidade.

RFU: Existe uma lei que regulamenta a profissão do motorista? Já está em vigor? Quais são os requisitos básicos para ser um motorista regulamentado?

Manoel: A Lei que regulamenta a profissão de motorista é a 13.103, uma Lei que foi moldada em parceria com o setor e que estabelece controle de jornada e de tempo de direção, paradas obrigatórias para o descanso e uma série de direitos e deveres do motorista. Para ser um motorista regulamentado o profissional precisa ter CNH de categoria profissional, D ou E, realizar os cursos obrigatórios, estar em dia com seu registro de transportador e estar sempre treinado e reciclado.

RFU: Como funciona hoje a lei da liberação dos VUC para rodar nas cidades? Até que medida a entrada é permitida?

Manoel: Os VUCS são os caminhões atores principais da distribuição urbana em qualquer cidade. Em São Paulo, atualmente, graças à árdua atuação do SETCESP, os VUCS, caminhões com até 6,3 metros entre para-choques, são permitidos para rodar em toda a cidade, tendo de respeitar apenas o rodízio normal de placas. Mas este tipo de caminhão já teve muitas restrições na cidade. Já houve um rodízio específico de placas pares e ímpares para o VUC. Ele já teve 5,5 metros… Todas as melhorias em relação à permissão do VUC na cidade de São Paulo são fruto do trabalho do SETCESP e do entendimento do poder público em relação à importância do abastecimento da metrópole.

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