Meio Ambiente: Brasília sedia maior evento global sobre água

A coluna Meio Ambiente é escrita por Valquiria Stoianoff, jornalista formada pela Universidade Metodista
A coluna Meio Ambiente é escrita por Valquiria Stoianoff, jornalista formada pela Universidade Metodista

De 18 a 23 de março, foi realizado 8º Fórum Mundial da Água. Este fórum é o maior evento global sobre o tema “Água”. Com o tema “Compartilhando Água”, a edição de Brasília mobilizou um público recorde superior a 100 mil pessoas, de 172 países. Esta é a primeira vez que o evento ocorre em um país do hemisfério sul. Nessa edição, trouxe à tona discussões essenciais sobre projetos sustentáveis, propostas para garantir a segurança hídrica e saneamento adequado para as cidades.

Autoridades de todo o planeta prestigiaram este encontro que entrará para a história do saneamento básico brasileiro. O evento contou com a presença de chefes de Estado, parlamentares, ministros de 56 países e especialistas de todo o mundo.

Um dos temas importantes debatidos no fórum foi o Projeto Tietê – “Perspectivas de financiamento de investimentos nas Américas”, organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), contou com a participação do presidente da Sabesp, Jerson Kelman. Kelman falou sobre a evolução do projeto e seu modelo de financiamento, com recursos do BID e do BNDES, em seus 25 anos de história, destacou avanços e resultados obtidos desde que foi iniciado, como a ampliação do volume de esgoto tratado na RMSP, equivalente ao tratamento do esgoto gerado por uma cidade do porte de Londres.

Outro tema relacionado ao Tietê – “Projeto Descontaminação do Rio Tietê – Uma Parceria Estratégica Bem-Sucedida de Longo Prazo”, destacou a importância da parceria com o BID para o avanço do saneamento na RMSP. Enfatizou ainda a complexidade da região e desafios para execução das obras, resultados obtidos desde 1992, considerando o crescimento da população em quase 6 milhões de habitantes no mesmo período, e perspectivas futuras com a nova operação de financiamento em estruturação com o BID para a quarta etapa do Projeto Tietê.

Durante o fórum, ocorreu a premiação da etapa brasileira do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2018, promovido pelo Parlamento Nacional de Juventude pela Água (PNJA) e pela Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH). Guilherme da Cruz Catharino, que estuda no Senai Jorge Mahfuz, em Pirituba, levou o prêmio com o projeto “Sistema de Monitoramento e Comando Hídrico Residencial”.

A disputa do prêmio é realizada em duas etapas: a nacional, que ocorre simultaneamente em cada país credenciado como organizador, e a etapa internacional, o Stockholm Junior Water Prize, que acontece em Estocolmo. Esse prêmio é um incentivo aos jovens na concepção de novas ideias que possam levar o saneamento básico para o próximo nível.

Outro destaque durante o 8º Fórum Mundial da Água foi o Aquapolo Ambiental. Criada pela Sabesp em parceria com a BRK Ambiental, a empresa produz água de reúso, transformando 20% do esgoto tratado na ETE ABC em água com qualidade para fins industriais, poupando os mananciais que abastecem a população.  No Aquapolo, parte do esgoto tratado na ETE ABC passa por um sistema para eliminação de bactérias e por uma ultrafiltragem com membranas – tecnologia utilizada em países como Estados Unidos, Israel e Cingapura para a retenção de sólidos e bactérias imperceptíveis a olho nu. Depois, esse efluente passa pelo sistema de osmose reversa, ou inversa, em tubulações com membranas e alta pressão para a separação de minerais. E por último, é realizada mais uma desinfecção. O resultado final é uma água com ótima qualidade e adaptada para uso industrial, que é destinada ao polo petroquímico de Mauá e outras indústrias pelo caminho.

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