A General Motors anunciou o Chevrolet Vintage, programa que reúne restauração e modernização de veículos clássicos da marca, como parte das comemorações do centenário da empresa no Brasil. O projeto busca valorizar modelos produzidos entre as décadas de 1960 e 2000, com supervisão direta da engenharia da GM, que valida tecnicamente cada unidade.
O diferencial do Vintage está na chancela do fabricante, que concebe e supervisiona todas as etapas dos projetos. Serão dez veículos icônicos preparados e ofertados em leilões, divididos em lotes especiais. O primeiro pregão acontecerá ainda em 2025, com participação presencial e online. Parte da arrecadação será destinada a projetos sociais do Instituto General Motors (IGM).
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Clássicos restaurados e modernizados
Os primeiros quatro modelos apresentados foram o Monza 500 EF 1990, o Omega CD 1994, o Opala SS 1979 e a S10 Rally 2004. O Monza foi o primeiro carro nacional da Chevrolet com injeção eletrônica, e o Omega, um marco entre os sedãs de luxo, recebeu atualização mecânica com o kit Irmscher 3.6L. O Opala, caracterizado como SS, recebeu motor 4.1L com injeção eletrônica, integrando o conceito restomod. A S10 Rally, originalmente desenvolvida para o Rally dos Sertões, foi adaptada para uso urbano.
Um quinto modelo, o Kadett GSi 1992, está em fase final de acabamento. Todos os veículos passam por validações dinâmicas no Campo de Provas da Cruz Alta, em Indaiatuba (SP), onde a GM realiza testes de desempenho, dirigibilidade e ruído.
Durante a apresentação, o presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, destacou que os veículos clássicos da Chevrolet fazem parte da história da indústria automotiva nacional e que o projeto reforça o compromisso da empresa com a preservação de seu legado.
Curadoria e autenticidade
O Chevrolet Vintage introduz no Brasil um modelo de curadoria já consolidado em países como Estados Unidos e Alemanha: projetos de restauração certificados pelo próprio fabricante. Cada veículo é definido por um comitê técnico da GM, que realiza pesquisas históricas detalhadas e pode envolver profissionais que participaram do desenvolvimento original dos modelos.
A execução das restaurações é feita em parceria com oficinas especializadas e supervisionada pela engenharia da GM. Os projetos podem levar mais de um ano para serem concluídos. A empresa utiliza seu acervo histórico, composto por manuais, acabamentos e banco de dados técnicos e fotográficos, para garantir autenticidade nos detalhes.
A fidelidade inclui análises de componentes originais, como tonalidades de zinco aplicadas em peças metálicas e texturas de pintura da época. A GM também define com precisão quais peças são restauradas, substituídas ou reproduzidas, garantindo um equilíbrio entre conservação e funcionalidade.
Restauração e restomod
O programa abrange dois tipos de veículos: os restaurados, que preservam a originalidade, e os restomod, que unem design clássico a tecnologias atuais. Nos restomod, o departamento de Design da GM lidera as modificações visuais e mecânicas, respeitando as linhas originais dos modelos.
Entre os projetos em desenvolvimento está uma picape C10 equipada com o conjunto motriz de um Camaro V8, além de sistemas de freio atualizados. O objetivo é aliar estética histórica a desempenho contemporâneo.
Validação técnica e coleções temáticas
Todos os veículos passam por testes em pista e laboratório no Campo de Provas da Cruz Alta. Os ensaios incluem análise de ruídos, frenagem, rolagem e estabilidade. Essa validação assegura que os carros mantêm o comportamento esperado de um modelo clássico, mas com confiabilidade técnica moderna.
As coleções do programa serão organizadas por temas. A primeira leva reúne dez veículos nacionais, em referência aos 100 anos da GM no país. Entre eles está a picape 3100 Brasil, pioneira entre os utilitários produzidos no Brasil, que será apresentada ao público em breve.
Antigomobilismo em crescimento
O lançamento do Chevrolet Vintage ocorre em um momento de valorização dos chamados “neoclássicos” — veículos com cerca de 30 anos de uso que vêm despertando o interesse de colecionadores. Modelos como Kadett, Corsa, Omega e as primeiras gerações da S10 têm ganhado relevância no mercado de colecionáveis.
A iniciativa da GM amplia o interesse pelo antigomobilismo e reforça a importância histórica dos modelos nacionais, aproximando novas gerações da tradição automotiva da Chevrolet no Brasil.