Por Wagner Gonzalez
O coronavirus, que já provocou mais de 400 mortes na China e registrou mais de 10 mil casos de infecção nesse país, poderá causar novas consequências ao automobilismo internacional. Após a decisão de cancelar a etapa de uma prova de F-E (categoria destinada a monopostos elétricos), prevista para acontecer dia 21 de março em Sanya, cidade insular situada a cerca de 3.000 km ao sul de Beijing, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) convocou uma reunião com as equipes que disputam o Campeonato Mundial de F-1 para decidir sobre o cancelamento ou adiamento do GP da China (foto de abertura/Red Bull-Getty Images), previsto para acontecer dia 19 de abril em Shangai.
Apesar do anunciado cancelamento da corrida em Sanya, os promotores locais (Enova Holdings), a Federação de Automobilismo e Motociclismo da China (CAMF), a FIA e os promotores do Campeonato Mundial da categoria de carros elétricos admitem que estão monitorando a situação e estudam a possibilidade da competição acontecer em outra data. A rodada de Sanya é a terceira da temporada e inclui uma prova do Troféu Jaguar I-Pace eTrophy, onde o brasileiro Sérgio Jimenez é o atual campeão.
A situação com relação é praticamente inédita: até hoje só há notícias de adiamentos ou possíveis cancelamentos devido a condições de segurança na pista ou situações como o clima político em países como o Bahrein ou intervenções de ambientalistas. Destas três possibilidades apenas a primeira situação teve consequências reais, como o GP da Bélgica de 1985, quando a corrida prevista para acontecer no mês de junho foi postergada para setembro. A razão disso foi a alta temperatura que marcou a data inicial e provocou o colapso de várias partes do circuito de Spa-Francorchamps quando o asfalto derreteu e tornou impossível a continuidade dos treinos.
A possibilidade de alternar a data do GP da China com a de outra etapa do Mundial de F-1 chegou a ser cogitada e uma troca com o GP da Rússia foi considerada a melhor possibilidade por razões logísticas. Nessa época o calendário passa está focado na Ásia: dia 20 de setembro acontece o GP de Cingapura, dia 27 o da Rússia, e 9 de outubro o do Japão. Os organizadores da prova de Sochi, porém, já refutaram a possibilidade de aceitar essa mudança, o que coloca o calendário de 22 provas deste ano em risco. A outra alternativa, encaixar a prova de Shangai entre as corridas de Sochi e Suzuka implicaria em disputar quatro corridas em quatro finais de semana seguidos, algo impensável para as equipes. Recentemente a Liberty Media montou um calendário com provas em três finais sequenciais e a experiência foi reprovada pelas equipes.
Igor Fraga lidera na Nova Zelândia
O brasileiro Igor Fraga passou a liderar o Castrol Toyota Racing Series após conseguir duas vitórias e um quarto lugar na terceira rodada do torneio disputada na Nova Zelândia. Fraga impressionou nessa rodada pela autoridade e calma com que disputou a etapa, em particular com uma largada perfeita na primeira das três corridas. Outro brasileiro, Caio Collet, também disputa a série que e torna cada vez mais importante no início do calendário anual, e ocupa a sétima posição na tabela de pontos com 141 pontos, contra 219 de Fraga.
A rodada do último fim de semana foi disputada no circuito de Hampton Down e marcou a disputa do Denny Hulme Memorial Trophy, homenagem ao único campeão mundial de F-1 da Nova Zelândia, título conquistado em 1967 ao volante de um Brabham-Repco. Hulme foi companheiro de equipe Emerson Fittipaldi McLaren quando o bi-campeão brasileiro transferiu-se da Lotus para a equipe McLaren em 1974.
Igor Fraga defende a liderança do torneio no fim de semana, quando a penúltima rodada do campeonato será disputada no circuito de Pukehohe, um dos mais tradicionais da Nova Zelândia. Até lá é a seguinte a classificação dos dez primeiros:
1. Igor Fraga (Brasil) 219 pontos
2. Liam Lawson (Nova Zelândia) 202
3. Grégoire Saucy (Suíça) 171
4. Franco Colapinto (Argentina) 165
5. Yuki Tsunoda (Japão) 157
6. Lirim Zendeli (Alemanha) 147
7. Caio Collet (Brasil) 141
8. Petr Ptacek (República Theca) 123
9. Oliver Rasmussen (Dinamarca) 105
10. Ido Cohen (Israel) 93