Um dos prêmios de maior prestígio a nível mundial, o Motor Internacional do Ano anunciou os vencedores da edição 2019. Contando com a minha participação entre os jurados e também do renomado jornalista Fernando Calmon, o Brasil integra o seleto grupo de 70 jornalistas automotivos de 31 países.
Em sua 21ª edição, o Engine Of The Year quando foi lançado em 1999 tinha o deslocamento do motor como padrão comparativo entre os motores e suas categorias.
Fazia sentido, por exemplo, que uma unidade de 1.4 litro fosse comparada contra uma 1.6 porque, naquela época e até recentemente, motores de capacidade cúbica similar tendiam a ter saídas de potência não muito diferentes, economia de combustível e classificações de emissões próximas.
Este fato era verdadeiro quando se olhava para o nível de sofisticação tecnológica e de engenharia – um motor de quatro cilindros 1.8 seria mais parecido com uma base 2.0 do que, digamos, um de seis litros de seis cilindros em linha reta.
E assim, este critério de julgamento serviu ao Prêmio de Motor Internacional do Ano por apenas duas décadas, mas nos últimos cinco anos a indústria – e o desenvolvimento de motores em particular – tem sofrido muitas mudanças.
Com o aumento das tecnologias de eletrificação, híbridos, plug-ins e elétricos por completo, tornou-se difícil e potencialmente injusto agrupar motores por deslocamento.
Cada vez mais, estávamos descobrindo que motores híbridos de última geração verdadeiramente maravilhosos, como o do BMW i8 com seu excelente 1,5 litro e três cilindros, capaz de produzir 231 cavalos de potência, estava frente-a-frente com os gostos de outros brilhantes, mas muito mais convencionais unidades de 1,4 a 1,8 litro, incluindo o hot-hatch de 1,5 litro do Fiesta ST da Ford. E enquanto o ST EcoBoost é verdadeiramente notável, é quase impossível compará-lo com o i8.
Depois de muita consulta com a indústria de criação e desenvolvimento de motores de automóveis – fabricantes de automóveis de todo o mundo – bem como levando a sério a direção de todos os jurados participantes, ficou decidido que para este ano, seria eliminado o processo de julgamento por deslocamento volumétrico do cilindro e, em vez disso, foram criadas categorias de acordo com a energia produzida, tornando o motor uma unidade de potência.
Todos os motores elegíveis agora se enquadram em um dos sete grupos: abaixo de 150PS, 150PS a 250PS, 250PS a 350 PS, 350 PS a 450 PS, 450 PS a 550 PS, 550 PS a 650 PS e, finalmente, acima de 650 PS.
PS é uma unidade de potência alemã e abreviação da palavra alemã “Pferdestärke”, que significa “cavalo-vapor”. O valor é medido segundo a norma alemã DIN 70020, e difere ligeiramente do hp (horse power) por ser baseado no sistema métrico em vez do sistema imperial corresponde a 1 CV.
Tomando o exemplo anterior do i8, isso significou que o supercarro PHEV (veículo híbrido elétrico plug-in) mais vendido do mundo nesse segmento, trocou a competição do Fiesta ST por modelos como o motor 911 de seis cilindros 3.0 da Porsche.
O Fiesta ST agora está em contato com o motor turbo 1.2 da PSA, bem como as criações de quatro cilindros da BMW e da Audi.
Assim como as novas bandas de energia – e como nos anos anteriores – também temos prêmios especiais para certos tipos de motores e grupos de tração criados para aplicações específicas.
Entre os vencedores destaque para os prêmios Melhor Novo Motor, Melhor Motor de Desempenho e Melhor Powertrain Elétrico, mas também foi criada uma nova categoria que reflete melhor esses tempos de mudança: Melhor Powertrain Híbrido, substituindo o prêmio Melhor Motor Verde de anos anteriores.
Com todas essas mudanças ocorrendo para manter os prêmios relevantes e garantir que eles sejam bons por pelo menos os próximos 21 anos, também decidimos por uma nova marca: bem-vindos ao International Engine+Powertrain of the Year Awards.
Vencedores
Abaixo de 150 CV – Ford 999cc três cilindros turbo (Ford Fiesta, Focus, C-Max, Grand C-Max, Mondeo, EcoSport)
150PS a 250 PS – Audi 2.0 litros quatro cilindros TFSI (Audi TT, TT S, S1, S3, A3, A4, A5, A6, Q2, Q3, Q5; SEAT León Cupra, Alhambra, Ateca, Cupra Ateca; Škoda Superb, Kodiaq; Volkswagen Golf GTi, Polo GTi, T-Roc, Atlas, Passat, Arteon, CC, Beetle, Tiguan, Sharan)
250PS a 350 PS – Porsche 2.5 litros turbo (Porsche 718 Boxster S, 718 Cayman S)
350 PS a 450 PS – Jaguar Land Rover com powertrain totalmente elétrico (Jaguar I-Pace)
450 PS a 550 PS – Mercedes-AMG 4.0 litros V8 bi turbo (Mercedes-AMG GT, GT S, GT C, GT R, S, C, E, G, GLC, Maybach S, Aston Martin Vantage, DB11)
550 PS a 650 PS – Ferrari 3.9 litros V8 bi turbo (Ferrari Portofino, GTC4 Lusso T)
Acima de 650 PS – Ferrari 3.9 litros V8 bi turbo (Ferrari 488 GTB, 488 Spider, 488 Pista)
Melhor Novo Motor – Jaguar Land Rover com powertrain totalmente elétrico (Jaguar I-Pace)
Melhor Motor de Desempenho – Ferrari 3.9 litros V8 bi turbo (Ferrari 488 GTB, 488 Spider, 488 Pista)
Melhor Powertrain Elétrico – Jaguar Land Rover com powertrain totalmente elétrico (Jaguar I-Pace)
Melhor Powertrain Híbrido – BMW 1.5 litro três cilindros Elétrico / Gasolina e híbrido (BMW i8)
Motor Internacional do Ano 2019 – Ferrari 3.9 litros V8 bi turbo (Ferrari 488 GTB, 488 Spider, 488 Pista)
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