História do VUC: Distribuição otimizada em centros urbanos.Categoria de veículos de carga usados para fazer distribuição nas cidades ganharam protagonismo a partir de 2008 com a restrição de caminhões grandes e estão em alta no mercado, desde então, hoje são 5,3 milhões de veículos comerciais leves rodando no Brasil
* números de 2018
Texto: Carol Vilanova
Fotos: Divulgação
A sigla VUC significa Veículo Urbano de Carga e seu nome diz tudo: são os modelos ideais para fazer distribuição de mercadorias em grandes centros urbanos. É o termo usado para a categoria de caminhões semi-leves e leves, além de furgões e picapes que são utilizados para o transporte de carga e obedecem a certas regras atribuídas, principalmente, para a melhoria da mobilidade no trânsito das cidades.
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Tudo começou em 2008 quando uma lei passou a restringir a circulação de caminhões pesados em grandes cidades, como São Paulo. Na capital paulista, por meio do DECRETO Nº 48.338, de 10 de maio de 2007, quando o prefeito era Gilberto Kassab, foram estabelecidas normas para o trânsito de caminhões e para operações de carga e descarga em estabelecimentos situados no município.
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Naquela época, determinou-se que apenas veículos com largura máxima de 2,2m e comprimento máximo de 6,30m, poderiam circular na cidade, sendo que sua capacidade de carga não poderia ultrapassar as 3 toneladas, justamente os VUCs. Essas medidas, porém, foram alteradas em 2016, com a portaria 031/16, liberando a circulação de VUCs com maior comprimento, passando o limite de 6,3 metros para 7,20 metros.
Além do tamanho, outras regras orientam os veículos que fazem a distribuição de cargas na cidade. Uma delas é atender aos limites de emissão de poluentes, cuja especificação é determinada pelo Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve), e determina que os veículos deverão ter no máximo cinco anos para circular no centro da cidade. Assim, os veículos conseguem autorização para trafegar nessa chamada Zona de Máxima Restrição de Circulação (ZMRC), de São Paulo.
Outro ponto importante é o local e horário que eles podem circular. Houve então a a redução do tempo de restrição para circulação de caminhões no centro da cidade e a exigência de AETC – Aurotização Especial de Trânsito para Caminhões.
Veja no link os detalhes da portaria: http://www.cetsp.com.br/media/466714/portaria-031-2016-smt-gab.pdf.
Todas essas medidas foram revistas para melhor a mobilidade urbana, reduzir a emissão de gases poluentes e permitir aos transportadores ganhar em produtividade com o aumento da capacidade de carga dos veículos.
A frota dos pequenos guerreiros
Nosso mercado de veículos cresceu nos últimos anos, depois de um período difícil, as vendas foram retomadas. Um estudo elaborado pelo Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) traz o número da frota circulante no Brasil em 2018, que foi de 44,80 milhões de unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, um aumento de 1,9% em comparação a 2017. É bom registrar também que rodam no Brasil cerca de 13,12 milhões de motocicletas.
Segundo o estudo, as projeções indicam crescimento de 2,3% em 2019 e de 2,6% em 2020, ou seja, a frota brasileira alcançará, em termos absolutos, 45,8 milhões e 47,1 milhões de veículos, respectivamente. A idade média dos veículos hoje é de 9 anos. A frota circulante exclusiva de veículos comerciais leves é de 5,3 milhões até o final de 2018. E a previsão é que esse número cresça 3,5% até o final deste ano.
Frota circulante de comerciais Leves 2012 4.199.866 2013 4.522.584 2014 4.853.583 2015 4.996.122 2016 5.072.404 2017 5.173.023 2018 5.333.843 2019 5.520.661 previsão 2020 5.727.520 previsão * dados Sindipeças |
Falando de vendas no primeiro semestre de 2019, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), foram vendidos 1.919.047 veículos neste período, somando automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros. Isto representa crescimento de 13,45%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
No nosso segmento de VUC, a Fenabrave divide em duas categorias: caminhões e comerciais leves. O segmento de caminhões inclui todos os tamanhos, enquanto que os comerciais leves abrangem picapes pequenas, furgões e furgões pequenos.
Somando os comerciais leves, foram vendidos 183.011 no primeiro semestre, este número representa crescimento de 8,5% em relação ao semestre do ano passado, que teve 168.677 unidades comercializadas.
Ainda no relatório da Fenabrave, o número de caminhões vendidos registrado em todas as categorias, ficou assim: alta de 44,93% nas vendas do primeiro semestre de 2019, sobre mesmo período de 2018, totalizando 46.867 unidades.
O presidente da associação, Alarico Assumpção Junior destaca a categoria de vendas diretas, que registraram um crescimento mais acelerado na comparação com o desempenho obtido no varejo. “Para termos uma ideia, no acumulado de janeiro a junho, as Vendas Diretas representaram 45,06% dos emplacamentos de automóveis e comerciais leves, contra 40,04% no mesmo período de 2018. E, enquanto o varejo cresceu 2,15% nesse período, as Vendas Diretas avançaram 23,59%”, alertou o presidente.
COMERCIAIS LEVES:
Picapes Pequenas mais emplacados – 1º semestre de 2019 Modelo Jun Acumulado Part. 1º FIAT/STRADA 6.416 36.273 58,82% 2º VW/SAVEIRO 3.257 18.986 30,79% 3º GM/MONTANA 1.064 6.407 10,39% Total 10.738 61.672 100% |
Picapes Grandes mais emplacados – 1º semestre de 2019 Modelo Jun Acumulado Part. 1º FIAT/TORO 4.923 28.599 29,55% 2º TOYOTA/HILUX 3.043 19.810 20,47% 3º GM/S10 2.871 14.114 14,58% 4º FORD/RANGER 1.871 9.740 10,06% 5º VW/AMAROK 1.511 9.433 9,75% 6º RENAULT/OROCH 1.323 6.034 6,23% 7º MITSUBISHI/L200 911 4.867 5,03% 8º NISSAN/FRONTIER 681 3.837 3,96% 9º RAM/2500 23 333 0,34% 10º EFFA/V22 5 9 0,01% 11º AGRALE/AGRALE MARRUA 2 4 0,00% Total 17.168 96.798 100% |
Furgões mais emplacados – 1º semestre de 2019 Modelo Jun Acumulado Part. 1º RENAULT/MASTER 620 4.308 27,46% 2º FIAT/DUCATO 428 2.319 14,78% 3º VW/EXPRESS 254 1.551 9,89% 4º HYUNDAI/HR 508 1.262 8,04% 5º KIA/K2500 202 1.208 7,70% 6º M.BENZ/SPRINTER 313 122 982 6,26% 7º PEUGEOT/EXPERT 139 953 6,08% 8º CITROEN/JUMPY 139 904 5,76% Total 2.766 15.687 100% |
Furgões pequenos mais emplacados – 1º semestre de 2019 Modelo Jun Acumulado Part. 1º FIAT/FIORINO 1.341 7.554 85,55% 2º PEUGEOT/PARTNER 93 982 11,12% 3º CITROEN/BERLINGO 27 216 2,45% 4º FIAT/STRADA 1 37 0,42% Total 1.471 8.830 100% |
CAMINHÕES
Semi-leves mais emplacados – 1º semestre de 2019 Modelo Jun Acumulado Part. 1º M.BENZ/SPRINTER 415 234 1.068 39,24% 2º VW/6.160 59 573 21,05% 3º M.BENZ/SPRINTER 515 104 510 18,74% 4º FORD/F350 50 437 16,05% 5º IVECO/DAILY 55C17 18 84 3,09% 6º VW/4.150 1 20 0,73% Total 467 2.722 100% |
Leves mais emplacados – 1º semestre de 2019 Modelo Jun Acumulado Part. 1º VW/9.170 238 1.507 28,00% 2º M.BENZ/ACCELO 1016 178 1.224 22,74% 3º M.BENZ/ACCELO 815 102 771 14,33% 4º FORD/CARGO 816 82 693 12,88% 5º FORD/F4000 93 676 12,56% 6º IVECO/DAILY 70C17 24 142 2,64% 7º HYUNDAI/HD 80 16 122 2,27% 8º M.BENZ/ACCELO 915 18 92 1,71% 9º VW/9.160 0 60 1,11% 10º VW/10.160 3 35 0,65% Total 761 5.382 100% |
Médios mais emplacados – 1º semestre de 2019 Modelo Jun Acumulado Part. 1º VW/11.180 455 2.069 54,49% 2º FORD/CARGO 1119 61 617 16,25% 3º M.BENZ/ATEGO 1419 54 350 9,22% 4º M.BENZ/ACCELO 1316 42 245 6,45% 5º VW/13.190 24 180 4,74% 6º FORD/CARGO 1419 2 166 4,37% 7º VW/13.160 1 63 1,66% 8º M.BENZ/1418 9 46 1,21% 9º VW/13.180 9 30 0,79% 10º IVECO/TECTOR 11-190 0 6 0,16% Total 659 3.797 100% |