É na hora de comprar o veículo que o transportador VUC começa a escolha também do implemento, mas tudo tem que ser planejado de acordo com algumas regrinhas, confira as dicas de um especialista para conseguir o modelo ideal
Texto: Carolina Vilanova | Fotos: Divulgação 4Truck
Nada VUC precisa ter o implemento ideal para o negócio no qual opera, seja distribuição de alimentos, de bens de consumo, de móveis, etc. Por isso, é importante que o transportador, seja autônomo ou frotista, faça a escolha correta para garantir rentabilidade do negócio e cumprir as exigências legais desse tipo de transporte.
Conversamos com Osmar Oliveira, sócio-diretor da 4TRUCK Implementos Rodoviários, especialista no segmento, para que nos desse algumas dicas nesse momento tão crucial na vida do transportador. Ele afirma que, basicamente, o transportador deve escolher o veículo e o implemento depois de avaliar sua necessidade de transporte em termos de volume e peso, tipo de carga a ser transportada e estrutura para as operações de carga e descarga.
Entre os modelos de implementos, destacamos uma gama bastante ampla para os VUCs. São os baús de alumínio, baús lonados (sider), carrocerias metálicas, caçambas, tanques, plataformas de auto-socorro, etc. Além desses modelos padronizados e conhecidos do mercado, cada vez mais estão disponíveis soluções customizadas para atender o negócio do cliente como baús oficina, salas de aula, lojas, food trucks, etc.
Segundo o diretor, o tipo de produto que o implemento vai carregar é fator determinante para a escolha do implemento. Por exemplo, o baú de alumínio pode ter configurações tipo carga seca, isotérmico, cabideiro; além de utilizações em operações com roupas, pneus, encomendas (Correios), móveis, etc.
Já o baú lonado (sider) é muito utilizado em operações de carga e descarga realizadas com o uso de empilhadeiras, pelas laterais do baú. As carrocerias metálicas são bastante versáteis. O modelo mais utilizado (carga seca) costuma transportar itens de dimensões diversas e resistentes a intempéries; mas há os modelos customizados para os segmentos de eletrificação, operação e manutenção, recicláveis, etc.
“Mais especificamente, considerando os três principais implementos (baú, sider, carroceria), diria que o baú de alumínio é o mais versátil deles. Alimentos, hortifruti e medicamentos são transportados em modelo com isolamento térmico e revestimento em alumínio; para os móveis utilizamos madeira no piso e revestimos o ripamento das laterais com carpete; isolamos a caixa de carga com poliuretano e revestimos internamente com fibra de vidro os modelos para transporte de produtos com temperatura controlada como frios, chocolates e vinhos; instalamos perfis laterais tipo “cabideiro” para o transporte de roupas…e por aí vai”, analisa Osmar.
Escolha no momento certo
Em relação ao momento exato da escolha do implemento, Osmar afirma que o transportador iniciante costuma pedir a indicação do fabricante de implemento na concessionária onde compra o caminhão, além disso, consulta amigos e parceiros do segmento, ou faz uma busca na internet. A partir da segunda compra, ele já vai direto no fabricante do implemento, pois sabe que lá encontrará uma estrutura treinada e focada na melhor solução de transporte para o seu negócio.
Também temos escolhas definidas por conta das dimensões do baú, que podem variar, levando-se em conta o modelo do veículo e a regulamentação vigente para o VUC. Então, para saber qual o tamanho de baú ideal para o seu negócio, Osmar recomenda entrar em contato direto com um fabricante de implemento rodoviário.
Indo mais além, existem diferentes tipos de portas e escadas para escolher, por exemplo, as portas tradicionais com trincos externos, o modelo com trincos embutidos, portas de enrolar tipo “roll up”, de correr, bi-partidas, etc. No caso das escadas, a variedade de opções é menor, mas também existe. O tipo de carga e o modelo de operação (manual, com uso de paleteiras ou empilhadeiras) define a escolha desse acessório.
Outra dica, a se atentar na hora de comprar o VUC, é importante escolher uma boa implementadora, para que seja feita a instalação correta no veículo. “Ficar atento as dimensões do implemento instalado (comprimento e largura permitidos) é importante. Além disso, observar outros itens que definem a qualidade do implemento como estrutura da caixa de carga, vedação das portas, assoalho, parte elétrica, vedação e fixação”, diz.
Se o transportador comprar um chassis, ele pode levar o VUC numa implementadora e escolher o que ele quer, mas o ideal é fechar o implemento quando da compra do veículo, para que o implementador inicie a produção do equipamento o quanto antes, e possa instalar assim que o veículo for liberado pela concessionária.
Hora da papelada
A questão do emplacamento do implemento também é de suma importância, e geralmente na hora da compra do implemento, o fabricante deve providenciar o cadastro na base BIN do Detran (gravame). “O despachante precisará deste cadastro feito + a nota fiscal do veículo para providenciar a documentação e emplacamento”, observa Osmar.
O diretor também nos dá uma ideia de preço de um implemento, reforçando que os valores podem variar bastante de acordo com a especificação de cada escolha. “Um baú de alumínio carga seca padrão (4 metros de comprimento, piso em madeira, 01 porta lateral) custa aproximadamente R$ 10.000,00. Já o modelo isotérmico, para trabalhar com temperatura até 10 graus negativos, tem custo aproximado de R$ 30.000,00”, exemplifica.
Outro ponto a se atentar é a manutenção desse implemento, mas Osmar afirma que a maioria dos fabricantes oferece o primeiro ano de garantia. Depois disso, a necessidade de manutenção vai depender muito do manuseio e cuidados por parte do transportador. “Se bem cuidado, a necessidade será apenas de reaperto dos grampos da base e revisões da vedação e parte elétrica a cada 6 meses, o que não onera em grandes despesas”, assegura.
Agora, se comprar o comprar o baú inadequado, podem haver dores de cabeça. Alguns problemas causados são a perda de cargas por vazamentos em baús, falta de controle da temperatura ou implementos mal fixados ao chassi do veículo. Mas Osmar garante que com orientação adequada, as chances de optar por um implemento incorreto são pequenas.
Ele também explica que um VUC já implementado pode mudar o implemento depois de usado, mas nesse caso, há a necessidade de submeter o novo conjunto veículo/implemento para vistoria de uma certificadora do INMETRO, que emitirá um laudo necessário para a regularização do documento do veículo.
Para finalizar, Osmar afirma que o local onde o veículo trafega não interfere no tipo de implemento, que pode ser um baú de alumínio, um baú lonado ou uma carroceria metálica, desde que tenha as dimensões determinadas pela legislação local. “A utilização dos VUCs é obrigatória para a distribuição de produtos nas zonas de máxima restrição de circulação (ZMRC), presentes nas grandes cidades”, completa.
