Como financiar o seu implemento

Como financiar o seu implemento

Como financiar o seu implemento. O transportador escolhe como quer pagar o seu caminhão e o implemento, e no caso de veículos urbanos de carga é comum esse financiamento ser feito junto, veja opinião de especialistas e faça a opção que melhor couber no seu negócio e no seu bolso

Texto: Carol Vilanova | Fotos: Divulgação

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O transportador é um profissional que sabe o que quer. Quando ele compra um veículo de cargas, já sabe o que vai transportar, logo, sabe também qual implemento deve usar. É um investimento caro para errar, por isso uma boa pesquisa é requerida na escolha do modelo e da marca, além de saber o que encaixa melhor no seu veículo.

O veículo de carga urbano utiliza o implemento do tipo carroceria sobre chassis, que pode ser carroceria aberta, baú fechado, baú lonado, baú refrigerado e até produtos personalizados. Na hora de comprar o seu veículo, quando zero quilometro, o motorista já sabe de qual deles irá precisar, afinal sabe para qual função será usado.
A compra do caminhão e do implemento é feita separadamente, mas o financiamento pode ou não ser feito num mesmo processo, depende do que for melhor para o cliente.

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Na concessionária o motorista escolhe o modelo do veículo e pode até ter uma indicação de qual marca de implemento pode usar, mas isso é totalmente uma escolha dele. Assim como o veículo, o financiamento do baú pode ser feito por meio de diferentes linhas de crédito.

Osmar Oliveira, diretor da 4Truck Soluções sobre Rodas, explica as modalidades de financiamento que existem na venda de implementos.

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Segundo Osmar, a 4Truck, que trabalha mais intensamente com a linha sobre chassi, ou seja, linha leve, tem visto uma preocupação grande em relação ao financiamento, principalmente neste momento de pandemia, que trouxe muitos desafios e caixas com dificuldade.


“Na linha pesada, de carretas, os modelos usam até mesmo a modalidade de consórcio, pois o ticket médio é maior, além do financiamento com os fabricantes, temos o consórcio que é muito utilizado”, explica Osmar.
Ele continua: “já na linha leve, existem várias condições de pagamento, exceto o consórcio. Então, o cliente pode optar pelo financiamento direto com a implementadora, que oferece condições flexíveis, com entrada e parcelas”.

“Temos o cartão BNDES sendo muito utilizado, com taxas mais baixas para investimento em equipamentos. O cartão de crédito, que aqui na 4Truck oferece parcelas em seis ou até dez pagamentos, e o cliente ainda pode acumular milhas”, conta Osmar.

Osmar fala que o financiamento pela concessionária também é ofertado. “Temos parceria com algumas concessionárias, que tem muitas formas de financiamento que recebe junto o caminhão já implementado na concessionária: o Finame, o Leasing, CDC. Então, o transportador escolhe o caminhão, escolhe o implemento, o departamento da concessionária junta as propostas e manda para banco, que já manda o financiamento em conjunto com taxas mais interessantes”, complementa.

Como financiar o seu implemento: Modalidades

Cartão BNDES: modalidade similar ao uso do cartão de crédito, na qual o cliente pode financiar o implemento em até 48 vezes com juros especiais concedidos pelo BNDES. Mais informações: www.cartaobndes.gov.br

FINAME: é uma operação de financiamento destinada a empresas, que utilizam os recursos do BNDES para financiar a aquisição de máquinas e equipamentos novos com índice de nacionalização igual ou superior a 60%. O percentual máximo de financiamento é de 90%, dependendo do porte da empresa; e o prazo de financiamento pode ser de até 60 meses, com até 12 meses de carência. Mais informações: http://www.bndes.gov.br/bndesfiname

como financiar seu implemento

CDC: Linha de Crédito Direto ao Consumidor. Com garantia fiduciária, os encargos financeiros são definidos de acordo com a negociação realizada com a empresa. Os recursos oriundos do financiamento poderão ser liberados diretamente aos fornecedores dos bens e/ou serviços. Somam-se os tributos de IOF.

Leasing: operação feita junto ao banco informado pelo cliente

Consórcio: modalidade muito utilizada tanto na compra do veículo e, consequentemente, do implemento no caso da linha pesada.

Outras modalidades, oferecidas por empresas como a 4 Truck são o velho conhecido cartão de crédito, com parcelas a serem definidas pela empresa, e financiamento próprio, mediante a análise e aprovação de crédito.

*fonte: 4Truck

Como financiar o seu implemento: O lado da montadora

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José Reche, gerente sênior de Vendas de Caminhões da Mercedes-Benz, conta que a compra de um caminhão sempre tem agregado por traz o que ele vai transportar, onde vai trabalhar etc. “Se o cliente já tem essa ideia, ele vai procurar o caminhão com a especificação que ele quer. O consultor de vendas está devidamente treinado para esclarecer todas as dúvidas do cliente. Normalmente, esse profissional não direciona qual marca de implemento, mas tem que ter a técnica do que pode ou não ser aplicado no caminhão, mas temos que dar ao cliente qual a melhor opção em termos de tamanho, dimensionamento, se tem que usar uma plataforma de elevação, onde ele vai trabalhar.

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“Uma venda de caminhão é extremamente técnica, vendemos um bem de produção e não um bem de sonho, orientar a compra certa para o cliente. Temos ferramentas que dá esse suporte ao vendedor”, diz Reche. Tendo o cliente as especificações técnicas do que ele precisa, cruzando com a orientação do consultor, determina o que vai ser adquirido. Aí o cliente vai até a implementadora com aquelas especificações, junto com o manual do implemento, para evitar qualquer problema de perda de garantia.

A marca então tem uma comunicação com o implementador, que vai saber o que o cliente está procurando e necessita. Em relação ao financiamento, o cliente pode ou não financiar o caminhão junto com o baú.
“Nosso maior parceiro é o banco da marca, que sempre está trabalhando muito forte o segmento de implementos, principalmente para caminhões plataformas. Diferente do cavalo-mecânico, que tem um preço muito maior. A política para a plataforma é estar disponível ao mesmo tempo. O que acontece é que temos características especiais para nossos produtos, em alguns casos eu consigo melhores taxas para o caminhão, por conta de uma promoção de lançamento ou de estoque do concessionário. Conseguimos um aporte do banco que facilita para o caminhão e neste caso o implemento vai ter uma taxa diferente”, explica Reche.

Implementos na pandemia

José Carlos Sprícigo, vice-presidente da Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários), e CEO da Librelato, conta um pouco sobre o momento que o setor de implemento está vivendo.
“Tivemos um ano difícil em todos os setores da economia e no segmento de implementos não foi diferente. De acordo com a Anfir, no primeiro semestre deste ano, foi registrado recuo de 13%. De janeiro a junho as vendas foram de 49 mil unidades, sendo que no mesmo período de 2019 tivemos 56 mil produtos comercializados”, diz.

Especificamente no segmento carroceria sobre chassis, a retração chegou a 12%. De janeiro a junho deste ano foram vendidos 22 mil produtos contra 2 5 mil unidades no mesmo período de 2019.
Existe uma expectativa de que o setor agrícola ajude a minimizar esse cenário, já que 40% de faturamento vem desse segmento, que tem dado mostras de seguir aquecido. Por conta dessa expectativa, a ANFIR estima que a perda geral da indústria de implementos rodoviários em 2020 deverá ser de aproximadamente 10% totalizando cerca de 108 mil produtos emplacados.

Sprícigo conta ainda que no início da pandemia, os bancos estavam visualizando uma inadimplência muito grande no segmento de implementos. “Houve muitas restrições ao crédito, mas logo eles mesmos prorrogaram as parcelas de financiamento aos transportadores, prestações do BNDES, além disso, o Governo aprovou outras prorrogações PIS, CONFINS, IPI, de vários impostos, o que facilitou a vida dos transportadores e não tivemos essa inadimplência”.

Ainda por conta da quarentena, foi editada pelo Governo Federal a Lei 10414, que determina que entre 3 de abril e 2 de outubro as operações financeiras podem ser realizadas sem a cobrança do IOF. “Isso é uma boa oportunidade para comprar o caminhão ou o baú, menos imposto para o transportador, se ele pode aproveitar o momento para investir, é uma boa dica financeira”, finaliza.

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