Como montar uma microempresa de VUCs. Muitas vantagens rodeiam os microempresários que partem para o transporte urbano de cargas, que permite um leque de produtos para distribuição, a liberdade de horários e localização além do uso da CNH B, em muitos casos
Texto: Carol Vilanova | Fotos: divulgação
Quando perguntamos aos transportadores de VUCs quais as maiores vantagens desse tipo de serviço, a liberdade de ser autônomo é a mais citada. Em seguida, vem a possibilidade de rodar nos grandes centros urbanos sem restrição e a não necessidade da carteira de habilitação profissional – pelo menos na maioria dos casos.
O regulamento do VUC (Veículo Urbano de Carga) para rodar livremente mesmo em áreas restritas, pelo menos na cidade de São Paulo, determina um veículo com a capacidade média de carga de até 3,50 toneladas e comprimento máximo de 7,20m.
Além disso, a partir de 2018, o prefeito da cidade, Bruno Covas, fez a inclusão do VUC nas exceções do rodízio municipal que limitam a circulação de veículos de acordo com o final da placa, ou seja, o transportador pode operar todos os dias sem ficar preso em horários.
Somando as vantagens da profissão, o serviço de transporte urbano permite a operação de pequenas cargas e fretes, que podem ser alocados em utilitários pequenos, como uma picape ou um furgão, e em caminhões leves – esses sim exigem CNH categoria C.
Em se tratando de uma empresa de transportes, o negócio funciona, na maioria das vezes, com cargas fracionadas para fazer distribuição de insumos na cidade, serviços de mudanças, entregas de e-commerce etc.
Ou seja, uma prestação de serviço que pode ser utilizada para o transporte de mercadorias variadas, sendo ou não de produtos perecíveis ou de grande valor agregado.
Porém, outra vertente é muito comum no mundo dos VUCs, o pequeno empreendedor, aquele que tem uma loja de jardinagem, material de construção ou de móveis, ou até mesmo uma casa de bolos, que precisa de um veículo para fazer a sua entrega.
Como montar uma microempresa de VUCs
Formalidades
Como mostramos na matéria seguinte, para realizar operações de transporte de cargas irrestritas na cidade de São Paulo, o caminhão leve do tipo VUC precisa ter a Autorização Especial de Trânsito para Caminhões (AETC) que é emitida pela Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes após vistoria técnica que afere as medidas regulamentadas.
Isto significa que se no documento do veículo a descrição for “caminhao” a autorização se faz necessária. Por outro lado, a descrição for caminhonete, é possível rodar nas áreas restritas sem esse documento.
Outro ponto para se atentar é a necessidade da placa vermelha. Como funciona? Se você é empreendedor e faz entregas de suas próprias mercadorias, não é necessário ter placa vermelha. Porém, se você faz entregas para outras empresas, ou seja, presta serviços e gera nota fiscal desse transporte, a placa vermelha é necessária.
Oportunidades
O mercado de transporte de pequenas cargas é muito amplo, sendo operado dentro do município ou em cidades vizinhas. Grandes viagens são feitas geralmente por carretas maiores que carregam mais para ganhar na rentabilidade. Agilidade, facilidade para dirigir e estacionar são características desejadas para negócios que transportam em centros urbanos, e são oferecidos num VUC. Vale lembrar que cargas grandes não podem circular nas cidades.
É um segmento que cresce nos últimos anos e muito desse crescimento se deve por conta do e-commerce, que distribui mercadorias adquiridas pela internet, geralmente pouco volumosas e mais leves. Outro fator que mexeu com o setor de VUCs foi o desemprego formal, ocorrido nos últimos anos, já que muitas pessoas demitidas, usaram o dinheiro da rescisão para adquirir um veículo urbano de carga e partir para um negócio solo.
Por ser um mercado em expansão, o que vai assegurar o sucesso do novo empreendedor é o seu comprometimento qualidade dos serviços prestados e os diferenciais oferecidos aos seus clientes.
Sempre bom lembra que os clientes interessados em serviços oferecidos por uma transportadora de pequenas cargas almejam não só rapidez e pontualidade nas entregas, mas acima de tudo segurança e confiabilidade;
Liberdade dentro da lei
Taí um benefício para muita gente que começa no negócio de transporte de cargas: não precisar preocupar-se com a localização de seu escritório. Isso acontece porque geralmente os serviços são contratados via telefone, internet e Whatsapp.
Porém, se o negócio crescer e o empresário resolver investir em mais de um veículo, aí sim, o aspecto localização passa a ser importante, pois vai precisar de um escritório para receber clientes e de um espaço para estacionar os veículos com segurança.
É sempre bom elaborar um plano de negócios, mesmo que pequeno, ponderar investimentos e potenciais concorrentes. Verificar o mercado, em termos gerais é sempre um bom começo, além disso especificar um planejamento logístico ajuda a evitar gastos desnecessários.
Todo começo requer investimento em burocracia, por isso, veja se precisa de alvará de funcionamento e de licença sanitária. É bom também solicitar o Registro Nacional de Transportes Rodoviários, conforme a Lei 11.442 e a Resolução 4.799 de 27 de julho de 2015.
Se começar apenas com um veículo, vai precisar de uma equipe com motorista e ajudante, ou seja, pode legalizar a empresa como MEI – Microempreendedor Individual. Se o faturamento bruto crescer acima do limite anual de R$ 81 mil ou se forem contratados mais funcionários, você deve transformar sua empresa numa ME (Microempresa).
Tenha uma oficina mecânica de confiança para terceirizar os serviços manutenção preventiva e reparo dos seus veículos. Manter suas ferramentas de trabalho em ordem vai baratear o seu custo de operação.
Ferramentas de trabalho
Em primeiro lugar, para conseguir montar um negócio de transporte de cargas dentro da cidade, é preciso investir no veículo para a realização do serviço. Transportar pequenas cargas exige a aquisição de um furgão, uma picape ou um caminhão de pequeno porte, dependendo de quais serviços vai oferecer.
Se vai começar trabalhando sem um escritório, o celular tipo smartphone é o próximo instrumento necessário para investimento, já que é fundamental para o contato com os clientes, mesmo se estiver em trânsito. Não se esqueça que falar no celular dirigindo prevê multa e retenção da CNH, então, tenha um veículo com bluetooth para falar sem tirar as mãos do volante.
Segurança em primeiro lugar, então investir em um sistema de monitoramento e rastreamento é ideal para prevenir acidentes e evita roubos. Estes sistemas conseguem acessar as rotas de transporte de um ou mais veículos registrados na frota em tempo real, coletando informações importantes para a gestão, que ajudam inclusive no custo operacional da empresa.
No caso de montar um escritório, o investimento é um pouco maior, e inclui área para estacionamento de acordo com o número de veículos e alguns móveis como mesas, cadeiras, armários, computadores e impressoras.
O empresário do ramo de transportes de cargas, mesmo de pequenas frotas, tem que ter capacidade de organização, negociação e comunicação. Uma ampla visão dos processos também é essencial para conseguir a redução de custos, fazer serviços de qualidade e mantem os prazos adequados.
Divulgue e seja visto
Quem não é visto, não é lembrado. Essa primícia serve para todos os negócios, e para o de transportes de cargas também. Portanto, anuncie seus produtos e serviços em catálogos de transportadores, além de sites especializados e outros veículos de divulgação.
É importante se afiliar em uma plataforma online que faz a conexão de clientes (embarcadores) e motoristas, como o site e aplicativo freteurbano.com.br, para fazer corações de fretes. O Frete Urbano também é especializado em cruzar as informações fornecidas pelos motoristas cadastrados com os dados das transportadoras que oferecem a carga.