
Seja no boteco, no trabalho ou numa festa de aniversário quando o assunto é futebol, todo e qualquer comparativo serve para o torcedor tirar uma casquinha do time adversário e dizer que seu time é o maior de todos. A discussão pode ir desde o time que tem mais títulos até no comparativo de maior torcida, quem forneceu mais jogadores para a seleção, quem teve o melhor goleiro, o maior centroavante, quem já foi rebaixado, qual título é mais importante e etc.
Nos últimos anos uma nova forma de comparação começou a rodear e apimentar as discussões entre os torcedores sobre a superioridade do seu clube em relação aos outros. Isso acontece porque a cada dia que passa o futebol é mais negócio que entretenimento. Nenhum clube consegue mais ser protagonista se não tiver uma boa gestão administrativa e financeira.
No Brasil isso ficou mais evidente quando houve a ruptura do Clube dos Treze.
Nesta época os valores negociados com a televisão eram rateados quase que em partes iguais entre os principais clubes brasileiros (Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco da Gama, Internacional, Grêmio, Atlético/MG, Cruzeiro e Bahia). Isso gerava um equilíbrio técnico entre as equipes.
Com o seu fim, os clubes passaram a negociar individualmente suas cotas com a televisão e aí começou a haver o distanciamento financeiro entre eles. Naturalmente lógico, as agremiações que possuem maior torcida ou dão maior audiência começaram a receber fatias maiores por sua participação. Consequentemente, o lado econômico começou a pesar na hora da montagem do time. Quem tem mais recursos consegue os melhores jogadores.
Para demonstrar isso vamos aos números. Desde 2011, ano em que acabou o Clube dos Treze, foram disputados oito Campeonatos Brasileiros. Somente quatro, entre treze principais clubes, foram campeões. Corinthians (3), Cruzeiro (2), Palmeiras (2) e Fluminense (1). Na Copa do Brasil tivemos: Palmeiras (2), Cruzeiro (2), Vasco da Gama, Flamengo, Atlético e Grêmio (1).
Isso significa que dos treze principais clubes somente oito foram protagonistas, demonstrando que o lado financeiro passou a ser o fiel da balança na hora de definir quem é quem em termos de condições técnicas para vencer um campeonato.
O site transfermarkt.com.br, especializado neste tipo de avaliação, divulgou o ranking dos times brasileiros mais valiosos. Em primeiro lugar está o Flamengo com valor de mercado de R$ 483 milhões seguido de perto pelo Palmeiras que vale R$ 479,5 milhões. Abaixo tabela geral com os dez mais valiosos clubes nacionais.
Flamengo – R$ 483 milhões Palmeiras – R$ 479,5 milhões São Paulo – R$ 346,5 milhões Grêmio – R$ 344 milhões Corinthians – R$ 319,2 milhões Fluminense – R$ 269,6 milhões Internacional – R$ 262,1 milhões Santos – R$ 230 milhões Atlético/MG – R$ 202 milhões Cruzeiro – R$ 193,3 milhões |

O site também compara os elencos. Os dez jogadores mais valorizado do futebol brasileiro valem R$ 588 milhões. Eles estão distribuídos em seis equipes.
Éverton Cebolinha – Grêmio – R$ 84 milhões João Pedro – Fluminense – R$ 84 milhões Dudu – Palmeiras – R$ 63 milhões Pedrinho – Corinthians – R$ 63 milhões Gabriel Barbosa – Flamengo – R$ 63 milhões De Arrascaeta – Flamengo – R$ 63 milhões Gerson – Flamengo – R$ 63 milhões Luan – Grêmio – R$ 50,4 milhões Éverton Ribeiro – Flamengo – R$ 50,4 milhões Alexandre Pato – São Paulo – R$ 37,8 milhões |

Podemos então comparar nossa situação com o futebol europeu, onde o profissionalismo está totalmente solidificado. Lá, entra verão e sai verão, vemos sempre os mesmos times disputarem os títulos nacionais e internacionais. Na Espanha são Barcelona e Real Madrid, na Itália a Juventus, na Inglaterra são Chelsea, Manchester City, Liverpool, Tottenham e Manchester United, na Alemanha o Bayern de Munique e na França o Paris Saint-Germain. Se olharmos o ranking europeu dos clubes mais ricos, estes estão entre os mais valorizados.
Barcelona – Espanha – R$ 5.335 bilhões Manchester City – Inglaterra – R$ 5.208 bilhões Real Madrid – Espanha – R$ 4.998 bilhões Liverpool – Inglaterra – R$ 4.536 bilhões Paris Saint-Germain – França – R$ 4.180 bilhões Juventus – Itália – R$ 3.964 bilhões Tottenham – Inglaterra – R$ 3.800 bilhões Chelsea – Inglaterra – R$ 3.630 bilhões Atlético de Madrid – R$ 3.480 bilhões Manchester United – Inglaterra – 3.365 bilhões Bayern de Munique – Alemanha – 3.180 bilhões |

A conclusão que podemos chegar é que para os próximos anos algumas equipes como Flamengo e Palmeiras se distanciem entre os demais e devem polarizar as disputas pelos títulos.
*Fonte: transfermakt.com.br