Fizemos um apanhado dos principais modelos de furgões de grande porte, perfeitos para distribuição nas cidades, comercializados no mercado nacional e os atrativos que eles trazem para o transportador
Texto: Carol Vilanova
Fotos: Divulgação
O que o transportador precisa para se locomover com agilidade nas rotineiras distribuições em grandes centros urbanos? Veículos eficientes, robustos, econômicos e versáteis. Por isso, as vans do tipo furgão, também conhecidos como os principais modelos chamados de VUCs, veículos urbanos de carga, que incorporam todas essas características, são perfeitos para o trabalho de transporte.
No mercado nacional, temos uma gama muito variada de furgões de grande porte com aplicação para transporte de cargas, e são muito procurados por motoristas autônomos e frotistas. E as marcas investem em atendimento exclusivo e personalizado para o público profissional, inclusivo, com descontos especiais e facilidades no pós-vendas.
Outra característica é que muitos deles podem ser dirigidos por motoristas com carteira de habilitação (CNH) categoria B – a mesma utilizada para carros de passeio e utilitários, basta que o peso bruto total (PBT) seja inferior a 3.500 quilos, com lotação máxima de oito lugares, além do motorista.
Mais uma vantagem: o transportador não precisa se preocupar com o tamanho, pois as vans do tipo furgão se encaixam dentro dos limites permitidos em grandes centos, como São Paulo, que é de até 7,20 m de comprimento.
Selecionamos os principais “players” do mercado: Citroen Jumper, Fiat Ducato, Iveco Daily, Mercedes-Benz Sprinter, Peugeot Boxer, Renault Master. Segundo a Fenabrave (Federação dos distribuidores de veículos no Brasil), a Renault Master foi o furgão que mais vendeu em 2016, com o total de 6.399 emplacamentos, ou seja, 30,6% do segmento.
Um por um
– Iveco Daily: Segundo nossas pesquisas, o modelo Iveco Daily, em todas as suas versões, agrada muito o transportador, seus atributos são o baixo custo de manutenção e a também baixa desvalorização.

A Iveco oferta os Daily Gran Furgone 35S14 e 45S17 e os modelos 55C17 Gran Furgone e Maxi Furgone. Vale lembrar que versão 35S14, com 3,5 toneladas de PBT, tem acesso permitido em vias de trânsito restrito e pode ser dirigido por motoristas com carteira de habilitação categoria B.
Visualmente, o Daily é moderno e tem um desenho atual, que ressalta ainda a sua robustez. Internamente é confortável e bem parecido com um automóvel, oferecendo itens como ar-condicionado automático, vidros e trava elétrica, espelhos elétricos com aquecimento e rádio CD player com MP3, além de câmera de ré e blutooth.
São duas opções de motor, ambas da FPT e adequadas para o Euro 5, de 146cv e 170cv. A transmissão de todas as versões é a mecânica ZF de seis marchas, um conjunto bastante fácil de dirigir. A suspensão é do tipo feixe de molas, o que traz grande vantagem para a capacidade de carga.
Mercedes-Benz Sprinter: a Sprinter é mais um modelo que caiu no gosto do transportador e de frotistas. Vende bem e é valorizada depois de usada. Para baratear a manutenção, a Mercedes encontrou uma solução bastante eficaz e ecológica para essa questão: a linha Renov de peças remanufaturadas, que sai mais barato que as novas e têm a mesma qualidade.
Os modelos disponíveis de vans são os 313 CDI Street, 415 CDI e 515 CDI. A linha Street o motorista pode dirigir com CNH do tipo B e tem acesso às áreas com restrição à circulação. O motor desse modelo é o OM 651 CDI de 129 cv, enquanto as outras versões contam com OM 651 LA , de 146 cv de potência.


Ambos os motores contam com a tecnologia Blue EFFICIENCY, que privilegia ao desempenho e a redução de emissões e de consumo. Utiliza o sistema de recirculação de gases EGR e o de de tratamento de gases, SCR, sendo necessária a utilização do líquido ARLA 32.
Itens de segurança também não faltam, tem ESP Adaptativo® no sistema de freio, que consiste na integração de vários recursos, como o ASR e ABS ao BAS e EBV. Além disso, oferece o Crosswind Assist – “Assistente de Vento Lateral”, que faz com que o veículo fique mais estável em velocidade acima de 80 km/h.
Por fora, o modelo que foi reformulado em 2016, ficou moderno e mais com cara de Mercedes, com a inclusão das luzes de circulação diurna. Por dentro, um painel mais moderno com uma série de sensores ajudam o motorista, porém, não tem câmera de ré nem como opcional e nem sensor de ré.
– Renault Master: o mais vendido, também teve a cara renovada a pouco tempo, mas é mais caro e mais difícil de vender, segundo os lojistas. Atualmente, a marca oferece os modelos Master Furgão L1H1 (chassi curto-teto baixo), Master Grand Furgão L2H2 (chassi médio-teto alto), Master Extra Furgão L3H2 (chassi longo-teto alto), Master Vitré L1H1 (chassi curto-teto baixo), Master Grand Vitré L2H2 (chassi médio-teto alto) e Master Extra Vitré L3H2 (chassi longo-teto alto). O que difere entre eles é a capacidade volumétrica. O Master Furgão também pode ser conduzido por quem possui CNH da categoria B.
A linha atual tem desenho robusto, que segundo a marca, foi inspirado num gorila, justamente para transmitir a sensação de força. O modelo Vitré tem área envidraçada maior, facilitando a visualização do motorista ao dirigir, mas tem que tomar cuidado pois expõe a carga. A mecânica foi pensada para baratear o custo da manutenção, e o intervalo de revisões foi ampliado de 15.000 km para 20.000 km.


O motor é um turbodiesel de 2.3 litros, de 130 cv de potência, já em conformidade com a norma Proconve L6. O câmbio de seis marchas, com acionamento por cabo e alavanca instalada no painel, completa o trem de força.
Por dentro, é atual e funcional, tem computador de bordo bastante informativo, pensado para quem passa muito tempo ao volante. O sistema de áudio é prático, com rádio, CD, MP3 e conexão Bluetooth. Sai de fábrica com direção hidráulica de série, banco do motorista com regulagem de altura e inclinação, bloqueio de ignição por transponder, etc.
– Fiat Ducato: o italiano tem boa reputação, e uma rede de peso para solucionar os possíveis problemas de pós-vendas e manutenção. O valor de revenda é alto, talvez por causa da marca e, novamente, da facilidade de uma ampla rede.
Seu destaque é o conjunto mecânico, com o motor da FPT Industrial F1A MultiJet Economy, já desenvolvido com o conceito de downsizing. Isso, somado ao sistema MultiJet II, resultam em redução de emissão de poluentes e de combustível.


São 127 cv de potência a 3.600 rpm com torque de 32,6 kgfm a 1.800 rpm. Para atender ao Proconve L6, usa o sistema de recirculação de gases EGR, ou seja, não precisa do uso de Arla 32. O câmbio é manual de 5 velocidades e a direção é hidráulica de série.
Para o transporte de carga, oferece as versões Cargo 7,5m³, Cargo L 9,0m³, Maxi Cargo 10m³ e Maxi Cargo 12 m³. O que difere entre elas é a capacidade volumétrica de carga.
O Fiat Ducato e sua ótima relação custo x benefício, porém, fica devendo no quesito modernidade e design. E pra completar, sua fabricação feira pela Iveco no complexo industrial de Sete Lagoas (MG), será descontinuada. Tudo indica que será importado do México, já na nova geração.
– Citroën Jumper e Peugeot Boxer: tanto o modelo Jumper quanto o Peugeot Boxer, são resultados de uma parceria entre a FCA e a PSA, e ambas as produções são feitas também na fábrica da Iveco, juntamente com o Ducato.


Os franceses, porém, estão desatualizados em relação a design, apesar de contar com algumas das tecnologias italianas, como o motor 2,3 litros turbodiesel com intercooler da FPT, de 127 cv de potência. A transmissão é manual de 5 velocidades, e a alavanca é instalada no painel.
A tração dianteira do Citroën proporciona melhores manobras, com ajuda da direção hidráulica de série. O conjunto de suspensão dianteiro é do tipo McPherson, com braços triangulares inferiores, e a traseira tem eixo rígido e molas longitudinais e amortecedores hidráulicos. Devido à ausência do eixo cardan, o modelo tem piso mais baixo, facilitando o acesso ao interior do veículo. Ampla capacidade de carga permite volume de até 12 m³.


No Boxer, a direção também é hidráulica e os freios são a disco nas quatro rodas, sendo ventilados nas dianteiras. Em relação à suspensão, a dianteira é independente, do tipo pseudo McPherson, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos com fixação elástica na carroceria. Já a traseira, tem eixo rígido tubular, com mola de uma lâmina longitudinal. São cinco tipos de carrocerias que diferem no tamanho e no teto elevado.