A Stellantis encerrou 2025 apresentando um conjunto de anúncios que projetam mudanças relevantes para seus polos automotivos no Brasil ao longo de 2026. Durante encontro com a imprensa realizado em São Paulo, a companhia detalhou novos produtos, ampliação de turnos industriais e investimentos que envolvem as fábricas de Goiana (PE), Porto Real (RJ) e Betim (MG), com impactos diretos sobre produção, tecnologia e geração de empregos.
No Polo Automotivo de Goiana, em Pernambuco, a Stellantis confirmou que a planta será responsável pela produção de quatro novos produtos equipados com a tecnologia Bio-Hybrid. O sistema, desenvolvido localmente, combina soluções de eletrificação com motores a combustão, com foco nas condições de uso e no perfil do consumidor brasileiro. A iniciativa amplia o papel da unidade pernambucana como centro de desenvolvimento e aplicação de tecnologias voltadas à eletrificação acessível.
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Os novos produtos se somam ao anúncio recente da produção da Leapmotor em Goiana a partir de 2026. A chegada da marca chinesa ao complexo industrial reforça a estratégia da Stellantis de utilizar o Brasil como base para a implantação de novas tecnologias e modelos, ampliando a autonomia local e a capacidade de adaptação às demandas do mercado regional.
Em Porto Real, no sul fluminense, a Stellantis prepara uma mudança operacional significativa. A fábrica, que completará 25 anos de atividade em 2026, abrirá um segundo turno de produção. A ampliação será necessária para atender à fabricação do Novo Jeep Avenger, além da família de modelos da Citroën produzidos localmente. A medida também está associada à criação de novos postos de trabalho e ao fortalecimento da cadeia produtiva na região.
O Polo Automotivo de Betim, em Minas Gerais, também terá papel de destaque no próximo ano. A unidade e a marca Fiat completam 50 anos de operação no Brasil em 2026, marco que será acompanhado pelo início da produção de um modelo inédito da fabricante italiana no país. Com mais de 18 milhões de veículos produzidos ao longo de sua história, Betim é considerada uma das principais referências industriais do grupo Stellantis no mundo e seguirá recebendo novos projetos.
Segundo Herlander Zola, presidente da Stellantis para a América do Sul, os anúncios refletem a consolidação da posição da companhia no mercado brasileiro. De acordo com o executivo, a evolução da estrutura industrial e a ampliação dos investimentos têm permitido fortalecer a atuação das marcas e sustentar os resultados alcançados em 2025.
A estratégia da Stellantis na região está alinhada ao avanço da eletrificação da mobilidade. A companhia avalia que a adoção gradual de novas tecnologias amplia o alcance de mercado e atrai diferentes perfis de consumidores. Nesse contexto, a autonomia local para desenvolvimento e produção é apontada como um fator central para manter elevados índices de nacionalização e competitividade industrial na América do Sul.
No campo dos investimentos, a Stellantis mantém em execução um plano de R$ 32 bilhões para a região sul-americana, considerado o maior já anunciado pela indústria automotiva no continente. Para 2026, estão previstos 16 novos modelos e atualizações, incluindo seis veículos equipados com tecnologia Bio-Hybrid. A companhia informa que essa solução já ultrapassou a marca de 50 mil unidades produzidas, considerando modelos como Fiat Pulse e Fastback, além de Peugeot 208 Hybrid e 2008 Hybrid.
O movimento estratégico da Stellantis não se limita ao Brasil. Na Argentina, o Polo Automotivo de Córdoba passa a concentrar a produção de picapes, celebrando 30 anos de operação com o início da fabricação da Ram Dakota. No Uruguai, a empresa reforça sua presença como hub de veículos comerciais, com a produção dos modelos Jumpy, Expert e da nova linha Ducato.
Com os anúncios para 2026, a Stellantis sinaliza uma reorganização gradual de sua estrutura produtiva na América do Sul, combinando ampliação industrial, diversificação de portfólio e incorporação de novas tecnologias. As mudanças previstas para os polos brasileiros indicam a continuidade do papel do país como base estratégica para o grupo, tanto em volume de produção quanto em desenvolvimento de soluções voltadas ao mercado regional.
